domingo, 7 de setembro de 2014

Carta para Emilio

Eu sei, Emilio. Eu sei que "o pão é essencial, a manteiga é supérflua". Mas, meu amigo, sem a manteiga é tão sem graça. Tu sabes, né? Ainda mais quando já se provou a manteiga e sabe o gosto que ela tem! [E ponto]
Tem uma hora na vida que a gente cansa de viver do essencial e o que a gente quer mesmo é o supérfluo, é a besteira.
Tem hora que aquela solução "só em último caso" passa a ser a primeira opção, a primordial. E não importa no que se pense... qualquer coisa essencial não rouba tanto a cena quanto o supérfluo. 
Sabe aquela coisinha supérflua que cai de paraquedas na sua vida e você percebe que ela não fazia a menor de ideia de que ainda sabia usar um paraquedas? Pois é.. os dias passam e aquela coisinha - que até ontem nem existia na sua vida - passou a ser essencial e você sabe que, se ela for embora, vai ficar tudo cinza. Até as pessoas ficam cinzas... especialmente aqui.
Heim? Se eu sei que faço parte do supérfluo? 
- Claro que eu sei. Lembrei imediatamente daquela história de que somos como guarda-chuvas em dias de sol. Mas e daí, meu bom homem... cedo ou tarde vai chover.. Ah vai!
Mas eu concordo, Emilio... não importa se é essencial ou supérfluo... tem mesmo é que ser incondicional.