sábado, 31 de outubro de 2009

Mala sem alça

Malas ou necessaires: onde estamos guardando as coisas que são realmente nossas?

Nós carregamos uma mala, e carregamos sempre. É uma mala que não se pode ver. Mas como ela pesa! A minha está lotada. As vezes penso em tirar algumas coisas, mas sempre volto a pensar que me serão úteis um dia desses...
Dé uma olhada no que tem na tua mala... veja se está tudo organizado lá dentro, ou se tudo foi atirado às pressas, como se as peças de seu interior não tivessem importância.
Eu organizei a minha: depositei as frustrações e as dores no fundo da mala; as vitórias coloquei bem em cima - assim, ao abrir a mala, posso vê-las sempre. E como são bonitas, e como estão na moda! - quanto às desistências, mantenha onde as puder ver, nunca se sabe quando vai dar vontade de voltar atrás e usar essa peça fora de moda, transformando-a em um look da última estação.
O que for grande demais para caber na mala, carregue no coração; os amores, se bem dobrados, ajeitam-se perfeitamente lá... (post sem fim (intencional))

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

É pra trigueira...

Vamos falar um pouco sobre um assunto que eu evito falar, porque - sim - acredito que os pensamentos e as palavras atraem coisas. E como aqui no blog tenho pensamentos e palavras juntos, eu achava melhor deixar quieto. Até hoje. Uma outra questão pela qual eu evito falar de traição é porque é um assunto que atinge a todos e o meu intuito aqui não é o de provocar ninguém que eu conheço e gosto. Quem não traiu, foi traído, há quem tenha sido pego por ambas as coisas. E quem disse que nunca traiu, nem foi traído, já deve ter sido pivo em traição... Pelo amor de Jesucristo, o que eu quero explicitar aqui é que isto não está se dirigindo especificamente para ninguém. Ou melhor, é para "alguém", mas esse alguém é ninguém para mim.
Ah, eu deisito.. sinto que ainda não posso falar sobre isso.. não sem que me venham perguntar se é sobre fulaninho ou sobre beltraninho... Quando, na verdade, é à trigueira que me refiro. Mas eu nem vou me referir mais a ela, vou acabar usando a fala de uma outra pessoa que, por sinal, é muito sábia. Disse ele assim:
"água morro a baixo, fogo morro a cima e mulher quando quer dar, ninguém segura."
E se essa mulher for rejeitada, meu filho, aí vira guerra.. Mas tem graça guerrear sozinha? Eu acho que não. No fundo admiro a infantilidade de gentinha que se contenta com O pouco, deve ser bom se sentir adolescente de novo, aposto que ela nem lembrava mais como era.. faz tanto tempo. Eu não disputo usando as mesmas armas... não pelo que não vale a pena, e até hoje nenhum valeu. E ainda posso ser infantil e dizer "Peguei primeiro!!!" ou melhor ainda.. "não precisei implorar" huahushauhsuahsu

Já contava a matemática...
H esperto + M esperta = Romance
H esperto + M burra = Caso
H burro + M esperta = Casamento
H burro + M burra = Gravidez
Dessa última, eu digo que depende do contexto. Não, não.. com a parte de homem ser burro, eu concordo. Mas quanto à burrice da mulher.. tenho cá minhas dúvidas...

Confesso que não me sinto à vontade para escrever tudo o que eu queria... mas que depois que eu escrevo eu me sinto mais aliviada.. ah, me sinto!

sábado, 10 de outubro de 2009

O dilema dos avaliadores das redações de vestibular.

Muito se tem ouvido falar sobre o fato de os alunos terem de aprender a fazer uma redação que lhes proporcione apenas a aprovação no vestibular, que cumpra todos os requisitos de uma "boa" redação. O que se tem é a parametrização dos textos de vestibular, ou seja, o aluno é levado a produzir um texto que tenha cinco ou seis parágrafos, de cinco a sete linhas cada um. O primeiro parágrafo deve ser introdutório, seguido do segundo e terceiro, nos quais devem constar os prós e os contras da problemática abordada, o quarto parágrafo deve consistir em um posicionamento (não muito, mas quase) semi imparcial e semi crítico e o último paragráfo deve ser conclusivo, para fechar o assunto, mesmo que não se chegue a nenhuma conclusão.
Primeiramente, cabe salientar que o parágrafo dos contras deve iniciar com "primeiramente, cabe salientar", e por sentirem essa necessidade de salientar algo, os alunos, muitas vezes, acabam - e aqui, utiliza-se uma expressão bastante conhecida popularmente - enchendo linguiça, o que pode até acarretar a tão temida fuga do assunto, mas isso parece não importar aos alunos, o que importa realmente é salientar algo que servirá para ser refutado no parágrafo seguinte.
Por outro lado, é bastante lógico e faz muito sentido iniciar um parágrafo que vai discordar do anterior com "por outro lado", no entanto é tão clichê quanto utilizar o próprio "no entanto" e os alunos, mais uma vez, se veem sem saída, frequentando, novamente, aquele conhecido ambiente denominado - não se sabe por quem - de senso comum.
Dessa forma, sente-se uma natural obrigação em começar o parágrafo do posicionamento por dessa forma, dessa maneira, desse modo, qual seja, desde que seja uma "Dessas" e, aqui, solta-se a capacidade crítica - que, infelizmente, acaba sendo freada pelo senso comum na maioria das vezes - de maneira a fazer uma bela demonstração de sobre o quanto o escritor está interessado no assunto do tema da problematização, é um verdadeiro show de "isso tem que mudar", "tem que partir de nós" e outras formas do mesmo tipo. É quase um manifesto silencioso dos estudantes, é como se eles dissessem: - é isso que pedem, é isso que ensinam, portanto, é isso que damos.
Portanto, acredita-se que usar a forma "acredita-se" - mesmo sem saber porque o pronome está posposto ao verbo - é a melhor escolha para dar uma retomada sobre o que foi dito ao longo do texto e, dessa forma, finalizar a redação pondo a culpa em outra pessoa, grupo de pessoas ou no sistema - este último é, geralmente, o mais requisitado nas redações. Para finalizar, ainda que caiba ressaltar algo, e discordar depois, e se posicionar de maneira crítica, e concluir, tem-se que ter, de fato, um conhecimento do tema que, ao ser passado para o papel, seja o diferencial de uma redação em relação às demais, pois os avaliadores já estão cansados de ver textos que parecem produzidos em série e que, muitas vezes, nada dizem. E enquanto o sitema educacional não mudar, os avaliadores continuarão a ver as introduções, os prós, os contras, as críticas e as conclusões, exatamente iguais às anteriores.

Faz-se necessário dizer que, apesar de ter seguido fielmente o "esquema", eu zerei porque excedi o número máximo de linhas. Ano que vem.. tudo de novo.

domingo, 4 de outubro de 2009

Mas não fui eu, mãe. Eu juro!

"A maior dádiva de Deus são preces não atendidas."

Lembro de poucas coisas da minha infância, ou melhor, lembro de muito, mas com poucos detalhes. Uma das coisas que lembro é que minha querida irmã Raque* só está entre nós, porque Deus não atendeu uma prece feita por mim e por meus irmãos.. e olha que pedimos inúmeras vezes. Não! Nós não éramos irmãos maus, éramos apenas crianças inocentes.
O fato que quero contar nos remete diretamente ao passado, no início dos anos noventa.
O único luxo que tinhamos é, hoje, considerado lixo; O SuperNintendo... no qual passávamos jogando SuperMario... Dando cabeçada em tijolos pra ganhar moedas, comendo cogumelos e salvando a princesa no castelo Bem, como somos quatro irmãos tínhamos que nos organizar para não dar briga na hora do jogo. Era entao feito o sorteio, mediado por mamãe, para ver quem jogava primeiro [a única regra era não bater na cabeça do adversário]. Pos bem.. quando a ordem de jogadores estava completa, sentavámo-nos "de borboletinha" diante da tv 14' colorida!!! e iniciavamos a fase 1, com três vidas.
O que quero lhes contar, meus caros, é que essa minha linda irmã era boa jogadora de video-game e quando ela joagava, demorava um século para perder e, por consequência, passar a vez. E é aqui que vinha o pedido: -Bah, Raque, morre duma vez que eu quero jogar e essa frase era arrebatada com esta, que era pior ainda; quando ela perdia dizíamos em uníssono: - êba, a Raque morreu!!
Como todos sabem, é comum, no video-game dizermos que temos vidas. Acho que Deus também sabia disso, pois ele nunca levou a sério nosso pedido besta. Que sorte a nossa!!
Tem coisas na infância que a gente não esquece... Entendo as crianças, entendo a inocência delas... mas se abusam as vezes! Como, por exemplo, na vez em que um dos meus irmãos perguntou para a mãe, sem a mínima maldade, se seríamos ricos se os outros irmãos não tivessem nascido. Soa engraçado agora, mas o xingão da minha mãe e o gosto da pimenta na boca não foram nada engraçados de ver! Outro fato que não tem graça, mas vale a pena ser contado é que aqui em casa não se usa pimenta na comida, ou seja, a única finalidade da pimenta era a de nos educar e nos fazer parar de dizer sandices... Os pediatras de hoje pregam que isso é erro, mas eu garanto que funcionou.
Bom, mas nem só de bondade são feitas a crianças... tivemos brigas feíssimas por causa de canal de tv, brinquedos e banheiro.
Não esqueço que minha cabeça foi violentamente tacada na parede pela minha irmazinha sob alegação de que o travesseiro em que eu estava dormindo era dela. Naquela noite minha mãe interveio por mim, dormi com a cabeça latejando, mas com o MEU travesseiro!
Como por vingança, em uma outra briga entre ela e eu, acabei chamando a barbie dela de feia e a arremessei contra a parede, quebrando suas duas pernas... Ah, se as paredes aqui de casa falassem.. ai ai

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*Raque é como chamamos minha irmã Raquel, junto comigo forma o recheio.. somos as "do meio".. sabe.. aquela que não é a primogênita e nem a caçula, mas simplesmente a "do meio"... somos nós!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Dedos, frutas e línguas... alguns são podres


Tem lugares pros quais a gente não quer voltar
E tem lugares de onde a gente não quer sair.
Mas... e quando um lugar se torna o outro?

Já estou cansando de ouvir tais pessoas dizendo que tenho dedo-podre para escolher homem. Eu discordo. Primeiro, porque eu não os escolho tal qual fruta na feira e, depois, porque meu dedo é são, podres são algumas línguas. Bom, nesse aspecto, até que as feiras entram na dança, porque lá também vemos as frutas com a parte bonita à mostra e a estragada escondida, pra baixo, por motivos lógicos.
Mas o que, em suma, eu queria dizer é que os homens que eu tenho "escolhido" não são podres, nem nada do tipo.. tadinhos... posso dizer que gastei mal o meu tempo, mas dizer que são podres é demais, já que quem os conhece sou eu e não essas línguas falantes. que tem um corpo como mero apêndice. O que acontece é que o povo tende a dizer que tudo que não dura pra sempre deu errado. Não é bem assim... Todos os meus relacionamentos deram certo. Sim, eu disse TODOS! Só que acabaram. Entenderiam melhor se lessem o seguinte texto [eu recortei alguns trechos]

[...] Detesto quando escuto aquela conversa:
- Ah, terminei o namoro... - Nossa, quanto tempo? - Cinco anos. Mas não deu certo. Acabou. - É não deu.
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
[...] E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos [...]
Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona.
Acho que o beijo é importante, se o beijo bate, se joga, se não bate, mais um Martini, por favor e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití [...]
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa realmente gostar, ela volta. Nada faça drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você. E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão [...]
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói [...]
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar [...]
A realidade da vida-Arnaldo Jabor

Arnaldo diz isso e todo mundo faz reverência, quando eu digo, tenho que preparar os meus penicos, digo, os meus ouvidos para que as pessoas venham dizer que tenho dedo-podre e todos os meus "romances" dão errado. Apa! Queros ver alguém vir desmentir o Arnaldo!!