sábado, 31 de dezembro de 2011

Bullying

Tenho lido vários textos e visto várias reportagens sobre o bullying. Todos idênticos sobre o que o bullying causa, seus efeitos negativos, tanto a curto, como a médio e longo prazos. Acontece que eu discordo de quase tudo o que é dito nessas matérias. Se o bullying é positivo? Claro que não, eu não disse isso. Apenas acredito que ele não seja um problema tão grande quanto a "falta de ombro amigo" dos que sofrem com ele. 

O que quero dizer é que o bullying sempre existiu, não com este nome. Um nome estrangeiro fez sucesso, óbvio, mas o fato é que sempre existiu e antigamente era até pior. No entanto, as famílias eram melhores.

Hoje, a grande maioria das crianças é esquecida em casa. Quando chegam humilhadas, em casa, só encontram como companhia um computador e uma televisão e nada disso lhes diz o quanto são importantes e não são ridículos, ou gordos, os nerds e que podem até ser, mas que são muito mais do que só aparência ou status, ou riqueza material. Ao contrário, a televisão só reforça o que o bullying decretou: que o importante mesmo é ter um corpo perfeito e muito dinheiro, porque esse é o padrão [quase um requisito para a felicidade].

É certo que eu também quero que o bulying deixe de existir [utopia, eu sei],mas - antes disso - preferia que os familiares voltassem a se importar com suas crianças. Que tivessem tempo para saber o que sofrem e cuidar de tudo. Que não processem meio mundo, nem que afastem suas crianças do convívio social e muito menos que as tratem como vítimas somente do bullying. 

Eu estou, de fato, enrolando, para chegar ao ponto que eu quero. Tenho certeza de que a minha opinião é contrária a da imensa maioria de seres pensantes sobre o bullying, mas - ainda assim - eu preferi dizê-la. Ou melhor, dizê-los: os efeitos positivos do bullying. 

Penso que os pessoas que sofrem discriminação tendem a ser muito mais reflexivas, bem como  racionalmente e emocionalmente mais bem desenvolvidas do que aquelas que apenas enxergam aparências e fazem juízos de valor imediatos a partir delas. Essas são pessoas vazias com corações inóspitos e, mais uma vez, estão no limbo dos filhos órfãos, mas com pais. 

Assim como os que sofrem bullying, os que o praticam também têm como companhia somente um computador e uma televisão, porém, com um agravante a mais que lhes confere a fama: uma legião de seguidores tão vazios quanto a consciência de seus pais.

Atrevo-me até mesmo a dizer que os que sofrem discriminação se sobressairão pessoal e profissionalmente mais que os demais. Claro, desde que saibam lidar e tenham consciência que não devem se importar "um figo" com o que dizem outras pessoas. Por outro lado, se não souberem lidar, vão amargar e remoer uma situação até a total frustração ou até sua consequência reversa, que é a vingança.

O bullying vai continuar existindo, como sempre existiu. Não há como fazê-lo desaparecer, porque o ato de debochar de tudo que não parece "fabricado em série" já é quase natural do ser humano. O máximo que se pode fazer é conversar com as crianças, fazê-las fortes, confiantes e tentar fazer com que não se abalem por causa de palavras que não têm obrigação com a verdade, mas unicamente com fazer alguém grande sentir-se pequeno.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom texto, Vivi. Ainda não tinha pensando sobre o assunto por esse aspecto. Porém, ao ler o teu texto, percebi que o bullying que sofri no passado me tornou mais forte. É, tudo tem um lado positivo e um negativo. E conseguiste, de maneira brilhante, expressar algo de importante desse problema social.
Gostei! Aguardo novos textos.
Bjão da amiguxa!