Mudei-me [dentro do meu próprio apartamento] hoje.
Ficar com o computador no colo o dia inteiro estava acabando com a minha coluna, então, decidi colocá-lo na mesa e usá-lo sentada em uma cadeira como gente.
Cheguei à conclusão que todos já sabem: a posição corporal correta é ainda mais dolorosa e incômoda que a outra. Mas faz bem!
Decidi não abandonar o blog, mas advirto-me: para que as dores valham a pena, o texto tem que me satisfazer!
Por falar em mudança, é dela mesma que pretendo tratar hoje. Não dessa mudança espacial, mas de uma mudança temporal e pessoal.
Por vezes, não queremos mudar e mudamos... mudamos pra longe de nós mesmos, tão longe que acabamos quase por nos esquecer. Só lembramos quando vemos o velho álbum de fotos palpáveis. Acontece que o tempo vai nos apressando, empurrando, vai nos atropelando de maneira que, quando percebemos, já estamos no amanhã, naquele tempo que "falta muito pra chegar". Mas ele chegou e até passou...
Lembro que, ontem, eu queria ter 15 anos. Hoje, já passei dos 25. E sinto que, quando eu me perceber no amanhã, terei alcançado os 35 me perguntando por onde foi que o tempo passou que eu não vi!
E nós mudamos. E não sabemos julgar desde dentro de nós mesmos se ela foi boa ou ruim. Mal percebemos que houve a mudança.
Não se decide mudar, mas se muda.
Corrigindo-me: Eu diria que, no calor do momento, até "decidimos" mudar, mas não é pela nossa decisão que logramos sucesso. As mudanças, em especial as boas, levam tempo. As repentinas não costumam ser sólidas, costumam ser mudanças emprestadas, são jeitos de ser, de vestir de se portar que copiamos de alguém.
A obviedade de não serem sólidas essas mudanças é justamente porque partem tão de nós quanto a opinião alheia. É uma mudança efêmera, porque é forçada. Explico melhor com um exemplo: A Lili acorda cedo todos os dias e sai pra fazer caminhada. Eu decido fazer o mesmo, mas - logo nos primeiros dias - começo a impor obstáculos... está frio demais, está calor demais, está chovendo, estou com dor na perna, etc... E nos poucos dias que eu faço a bendita caminhada, eu já quero o resultado da Lili!
Então, digam-me: Assim, podemos dizer que mudamos mesmo?
Não, porque não é uma mudança natural. E, para mantê-la, precisamos dispender muito mais esforço. Por isso, logo abandonamos a "nova mudança" e voltamos a ser o nós de antigamente. Porque se não voltarmos a ser o que éramos, vamos ter que sustentar uma batalha interna entre aquela que mente que vai fazer caminhada todos os dias e aquela que se deprime porque o consistente bumbum de pudim-maravilha só dá o ar da graça na Lili e pra você só sobra a gelatina...
Uma mudança perene leva tempo pra acontecer. Temos que fazer a coisa que a espécie humana mais odeia fazer: espera por ela, sem forçar. Isso não significa que tenhamos que ficar parados. Ao contrário, temos que passar mais tempo em companhia de nós mesmos, descobrindo o que nos agrada, o que não não custa caro e, a partir daí, começar a praticar.
Mude, meu bem, mas mude quando estiver pronto.
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