terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
Clarisse Lispector




Ninguém sabe como o amor começa, porque ele não começa, ele - simplesmente - se reconhece. O amor já existe, ele sempre existiu, nasce conosco, mas somente quando conhecemos "o" amado é que nos apercebemos de que o nosso Amor (sentimento) já tinha um amor (ser).
De nada adiantou todo amor que demos a outras pessoas, pois elas não eram as donas do amor... eram só outras pessoas - que acabamos por confundir com amores por causa da nossa pressa.
É como um quebra-cabeças, as peças devem estar em seus lugares, pois só assim fazem sentido, só assim se encaixam como deve ser. E mesmo que uma peça errada venha a se encaixar ali, cedo ou tarde notaremos que algo estará errado, ou ela fará falta em outro lugar, e teremos que tirá-la de lá.
Não podemos forçar o coração. Não podemos dar a uma pessoa um amor que pertence a outra.

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