sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O tijolinho que faltava*

Razão da escritura que segue: Sempre tenho vontade de escrever, de sentar aqui e escrever muito, mas nem sempre a inspiração dá as caras, e hoje foi um dia assim, pois eu senti uma necessidade imensa de textualizar algo, mas nada... nenhum pensamento que pudesse ser desdobrado e, por isso, eu decidi pedir e, porque eu pedi, deram-me, deram-me a ideia, uma vez que eu sei dar continuidade, mas - infelizmente - não sei começar, em que pese na grande maioria das vezes, bastar ler uma citação filosófica e, pronto, eu consigo contextualizar, formar uma opinião, codificar e, enfim, blogar, e assim ocorreu: foi-me indicada a seguinte citação: "aprenda que quando estás com raiva tens o direito de sentir raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel", a qual supõe-se que seja uma frase shakesperiana, que eu contextualizei no homem que, quando indeciso sobre o que sente, tende a ser cruel com quem lhe dedica carinho e que, logo, em seguida, arrepende-se e tenta contornar as palavras que diz [como se fosse possível fazer as lágrimas retornarem aos olhos], tendo em vista que o amor é um sentimento travesso, especialmente quando está no comecinho e não se reconhece como tal, tenta negar-se, como se fosse possível dizer para a sua cabeça parar de pensar em determinada pessoa e vê-la obedecer, enquanto a questão é que, quando já lhe machucaram tanto, ao ponto de você "decidir" que não quer mais levar o amor a sério [e nem brincar de amor também], você acaba encontrando alguém que merece o sentimento que você dedicou a outra pessoa e que não deu valor a ele e, como eu disse, o amor, quando está nascendo, é um sentimento moleque, brinca de esconde-esconde, por vezes, esconde-se, por vezes, busca quem se esconde dele, no entanto, as vezes não o achamos, esconde-se tão bem, mas é infalível em nos encontrar e só posso concluir que o problema de recusar uma mão que se estende pra você quando você está sozinho, é ficar se odiando justamente por tê-la recusado e a raiva que sentimos de nós mesmos, costumamos descontar nos outros.
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*Eu aproveitei pra desconstruir o diálogo dos [des]orientadores que dizem que um texto, obrigatoriamente, deve ser ter períodos curtos. Como se pode notar, nesse meu texto, não há nenhum período curto, mas um único, um "tijolão", porque eu não faltei às aulas de Orações Coordenadas e Subordinadas... Períodos curtos... períodos curtos são desculpa de quem não sabe uni-los.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom texto! Gostei!